quarta-feira, 27 de outubro de 2021

A arte do possível

O circo é uma actividade cultural e recreativa com largas tradições em Portugal e no mundo, com áreas e formas de estar e de ser as mais diversas. Dos palhaços aos músicos, dos ginastas aos bailarinos, o espectáculo é diversificado, procura chegar a todos na diversidade de propostas, nas diferenças de gosto.

E, com maior ou menor dificuldade, lá vai conseguindo manter a tenda a funcionar, para gáudio de muitos, críticas de alguns e rejeição de outros. Para isso, todos os intervenientes, do mais importante ao mais humilde, tentam contribuir, procurando as melhores soluções para que o espectáculo seja o melhor e agrade à grande maioria.

Todos os artistas têm a convicção de que o óptimo é inimigo do bom e muito difícil de alcançar, principalmente se, no espectáculo, houver quem fuja às responsabilidades ou se balde ao trabalho. Todavia, no circo, o horizonte mantém-se e a força de o conquistar renova-se.

A queda de um equilibrista, a ausência da risada na piada que falhou, não impedem que o esforço continue, se possível se intensifique.

Se os princípios do circo passassem por S. Bento, talvez não tivéssemos espectáculo tão deprimente e conseguíssemos fazer um país melhor.

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