quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Tradutor, a profissão do futuro

O Público de hoje titula, na primeira página, que o MP (Ministério Público) "arrisca falhar prazo para extradição de Rendeiro por falta de tradutores". É preocupante, assustador e tira o sono a alguém que tenha um mínimo de preocupação sobre o que se passa. Um país sem mão de obra está condenado ao fracasso e a existência de tradutores é vital para o presente e, claro, para o futuro.

Tomando como certa a informação do jornal, os dois tradutores que trabalham no MP não têm capacidade para, em tempo útil, efectuar o trabalho necessário. E é fácil demonstrar à evidência essa impossibilidade. É considerado adequado o rácio de 10 páginas traduzidas por cada dia de trabalho e uma, apenas uma,  das decisões a carecer de tradução, sempre de acordo com o veiculado pelo Público, tem 422 páginas. Seguindo a informação, os dois tradutores do MP trabalharão, em conjunto, 20 páginas por dia, o que implica um trabalho árduo de, pelo menos, 20 dias para concluírem a tarefa. 

Percebe-se o pânico que deverá ter-se instalado. Depois da retumbante vitória que foi terem descoberto o paradeiro do Rendeiro sem quaisquer informações do senhorio, surge agora este contratempo, agravado pelo facto de a tradução do direitez não ser acessível a um tradutor qualquer, exigindo, na certa, conhecimentos técnicos de alto coturno, impedindo que qualquer bicho careta que "palre" inglês possa dar uma ajuda.

Só vejo, em Portugal, uma pessoa que podia colaborar na resolução do problema: José Sócrates. O seu inglês técnico seria precioso neste imbróglio mas, ele e o MP andam, há muito, de candeias às avessas. Sem ele, o coitado do Rendeiro irá ficar por terras africanas, com dificuldades em arranjar casa por não haver senhorio que lhe queira dar a mão, sujeito a todas as desconsiderações e flagelos e à inclemência de um clima a que não está habituado. A vida é mesmo madrasta ...

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