sábado, 4 de dezembro de 2021

Responsabilidades

Já não há Cabrita Ministro!

O Ministério Público decidiu processar o motorista do antigo (desde ontem) Ministro da Administração Interna e Eduardo Cabrita foi à vida, não sem antes revelar a sua interpretação clara sobre o sucedido.

- O veículo onde eu seguia foi vítima de um acidente ...

Sem querer, o ex-Ministro "encomendou" mais trabalho para o Ministério Público (MP) levar a cabo. 

O motorista já está acusado de homicídio por negligência, tarefa que não deve ter sido difícil por que toda a gente sabe que os motoristas oficiais são seres completamente irresponsáveis, que não obedecem às regras nem às ordens de quem sobre eles detém prevalência disciplinar e hierárquica, e, ainda por cima, decidem sempre chegar com grande antecedência aos locais de destino, criando, com isso, situações embaraçosas às autoridades que transportam. 

O MP deverá também mover uma acção contra o trabalhador atropelado que atravessou a auto-estrada num local onde, legalmente, não era permitido (nem passadeira havia), provocando um despiste que poderia ter tido consequências terríveis para os ocupantes da viatura. No entanto, o Tribunal não chegará a pronunciar-se por já não ser possível citar o prevaricador.

Por último, talvez o MP proponha que o Tribunal se pronuncie sobre o montante da indemnização a atribuir ao veículo sinistrado, pelos estragos com que ficou e por ter sido obrigado a abandonar a carreira de que tanto gostava, não passando hoje de mais um "chaço" numa garagem qualquer. É vital que se faça justiça ao veículo que sofreu um acidente e disso não teve qualquer culpa.

Há momentos na vida em que o silêncio é o melhor discurso, por mais insistências e vontades que surjam. Todo este triste espectáculo seria evitado se, naquele fatídico dia 18 de Junho de 2021, Sua Excelência tivesse vindo a público, de preferência por escrito para evitar baboseiras, dizer que se ia embora e que o Estado assumiria, de imediato, as responsabilidades integrais junto da família do falecido, uma vez que já não lhe poderia devolver a vida.

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