sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Decisões

Já germinava há bastante tempo. Grandes decisões têm de ser ponderadas, amadurecidas, repensadas, para não darem asneira.

Foi hoje, finalmente. Tenho três televisores em casa e resolvi adquirir um quarto. Dirão uns:

- Não sabe o que fazer ao dinheiro.

Argumentarão outros:

- Para quê, se cada vez se vê menos televisão. Só pode ser vício e parvo.

E não é. É necessidade imperiosa de ter um televisor diferente, mais completo e adaptado à realidade que temos hoje. Um televisor que permita desligar metade do ecran, de forma independente e sempre que eu queira. Explico melhor: passou a ser normal que todos os canais, ao transmitirem notícias, dividam o ecran em duas partes distintas, colocando, normalmente à esquerda, quem noticia ou comenta, seja Presidente da República, Primeiro-Ministro ou entendido na matéria e, no outro lado, um braço despido a ser espetado por uma agulha. A câmara aproxima bem a imagem, de forma a não se perder pitada.

Estou farto! Quero continuar a ver e a ouvir notícias mas dispenso as agulhadas. Aprendi cedo que "tudo quanto é demais é moléstia" e isto já acontece há demasiado tempo, sem que haja qualquer necessidade ou justificação. 

Falta apenas decidir qual a marca do televisor a adquirir e, como o tempo não convida a sair, vou consultar esse grande sabichão Google, que tem resposta para tudo.

Bolas! Que desilusão! Ponderei tanto, demorei a decidir para tomar a melhor opção e, afinal, ainda não há televisores que permitam fazer o que pretendo. Parece impossível! No século XXI! Não se admite!

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