Não faço ideia há quanto tempo o telemóvel tocava. O barulho da lixadeira não deixava ouvir e a sua colocação não permitia ver o écran. Quem trabalha sofre destes imponderáveis ...
Uma pausa permitiu ouvir o toque e verificar o aviso de que era um número não conhecido. Apresentava-se orlado a vermelho, indicando-o como potencialmente perigoso. Mesmo assim, atendi.
- Boa tarde. Faça favor.
- O meu nome é Pedro. Estou a falar com o Sr. ...?
- Sim, sou eu. Diga.
- Estou a ligar-lhe de uma empresa de estudos de mercado. A nossa empresa está a elaborar uma análise sobre os anúncios televisivos e queríamos a sua opinião. São 2 ou 3 minutos, não mais.
- Teria todo o gosto em responder, mas a minha opinião é irrelevante. Não vejo anúncios.
- Muito obrigado e desculpe oi incómodo.
- De nada. Boa tarde.
Não menti nem fui mal educado. Apenas disse a verdade, nua e crua. Quando surgem os anúncios, consigo desligar a "antena" e passam-me todos ao lado, tal como nos jornais e revistas que leio.
1 comentário:
... E há mais quem faça o mesmo.
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