terça-feira, 24 de maio de 2022

Contas trimestrais

Três meses são passados e "tudo como dantes, quartel-general em Abrantes". A guerra entrou na rotina dos noticiários e de todos nós, sem que se vislumbrem sinais de o seu fim estar próximo.

Comentários daqui, opiniões de acolá, certezas hoje, negações amanhã, cálculos sobre baixas e destruições, propaganda para consumidor externo ou interno, tanto faz. Tudo marcha ao som das trombetas de novos avanços, recuperações, tomadas.

Na certa, haverá muita gente a ganhar com as descargas mortíferas de qualquer dos lados, os mísseis de uns terão mais pontaria que os dos outros, os soldados de um lado serão mais corajosos nas trincheiras, os do outro mais afoitos nos caminhos, uns são assim, outros assado.

Os grandes tratadistas de "economês" fazem previsões, de ciência certa, como sempre, sobre o que vai acontecer ao PIB, à inflação e aos juros, e de como o mundo (leia-se, o Zé) vai sofrer as consequências.

Os que ouvem os mísseis, sentem as balas por cima, vêem as suas casas, e as suas vidas, destruídas, pensarão:

- Que mal fiz eu?

Faz parte da história. Sempre foi assim, sentenciarão os sábios que tudo dominam.

- Ainda não estão reunidas condições para se iniciarem as conversas para a paz. Lá chegaremos, sem pressas ...

Por aqui, vamos estando bem. Até vamos ser beneficiários líquidos, como bem disse o nosso Marcelo, que sabe disto a potes, é uma inteligência superior e tem muita dificuldade em estar calado.

Valha-nos a Pedra Filosofal, de António Gedeão, cantada por Manuel Freire, garantindo que:

... sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança ...

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