segunda-feira, 30 de maio de 2022

Raposas

- Cá em casa não entram raposas ...

O aviso era referido com solenidade, chamando a atenção para a necessidade de se ser bom aluno, que a vida não estava para brincadeiras. Felizmente, confirmou-se: lá em casa nunca entraram raposas, a não ser na gola de uma samarra que fez as delícias da juventude, de tão quentinha que era. Nesta altura, esta aleivosia não deve ser pensada quanto mais escrita. Safo-me porque pouca gente lê isto e a senhora do PAN tem muito mais que fazer do que perder tempo com conversas e estórias de velhos. Ainda por cima, já quase ninguém usa samarras e muitos haverá que nem sabem o que é! (Vão ver à Net ou perguntem no Face).

O meu amigo ADS, eclético fotógrafo "encartado", reconhecido na capital e no estrangeiro, com raízes bem vincadas nessa enorme terra do concelho de Góis que dá pelo nome de Colmeal (por lá produz-se mel excelente) envia-me com regularidade fotografias que vai fazendo, nas viagens, nas paisagens citadinas ou campestres, nos ninhos dos borrachos ou das rolas, as quais vou guardando no arquivo virtual que tem uma capacidade inesgotável. Noutros tempos seriam guardadas em álbuns e consultadas apenas "quando o rei fazia anos" e já se apresentavam amarelecidas. Agora, com as facilidades trazidas pelo arquivo tecnológico, passo por lá e revejo-as sempre com agrado. 

Hoje, esta fez recordar, não faço ideia porquê, a raposa dos tempos escolares e "obrigou-me" a ir ler a sua história aqui, num belo texto da autoria de Lisete Matos, publicado no blog da UPFC em Março de 2021. Para cúmulo, o belo texto está ilustrado por magníficas fotografias. Vale a pena "ganhar" cinco minutos a ler e a apreciar como a raposa, tantas vezes injustiçada, é, afinal, tão sociável.

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