sábado, 14 de maio de 2022

Livros (lidos ou em vias disso)

Já há muito que perdi a conta aos livros que li e, de muitos deles, recordo pouco ou nada mesmo. Isso não invalida que, presunçoso, por vezes me convença de que sou um grande leitor. Falso, como a seguir se demonstra sem margem para dúvidas.

Acabei de ler "Um diário de leituras - treze livros para treze meses", de Alberto Manguel, escritor argentino que recentemente se instalou em Portugal, doando a sua biblioteca à cidade de Lisboa. Dos treze autores mencionados, e comentados, no livro, conheço sete. Dos livros referidos, li três, dois deles em língua portuguesa directa: Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Viagens na minha terra, de Almeida Garrett. O terceiro é Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, que li, numa tradução antiga, quando o Acordo Ortográfico ainda estava arredio, bem longe, talvez na Patagónia ou no Alasca, onde deveria ter permanecido.

Uma vez mais provei a mim mesmo que presunção e água benta, cada um toma a que quer, e que quanto mais sei, maior é a minha ignorância.

"(...) Estendido na cama com pontadas de dor nos ombros e nas pernas, penso que a velhice pode ser medida em pequenos inconvenientes irritantes como este. Quando eu era novo, o meu corpo estava simplesmente presente e não chamava a atenção para si mesmo. Agora, parece uma criança choramingas, constantemente a puxar-me pela manga, a exigir atenção. (...)"

Um diário de leituras
(Treze livros para treze meses)
Alberto Manguel

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