sábado, 28 de maio de 2022

E o papel?

Ler jornais é saber mais! Será? A cada dia que passa menos gente lê jornais e mesmo aqueles que dizem que lêem, a maior parte apenas lhe passa os olhos, em diagonal. Metade das notícias já estão ultrapassadas, a outra metade caminha vertiginosamente para essa situação e as redes sociais já fizeram os comentários, desmentidos e actualizações. Os canais de televisão encarregaram-se de repisar tudo e mais um par de botas, acrescentando pormenores e conclusões.

Os jornais de referência (o que será isto?) mantêm informação online, actualizando-a ao minuto e tornando dispensável e ultrapassada a edição em papel. Só alguns teimosos, com tendência para acabar, insistem no hábito de comprar jornais como antigamente. E, apesar disso, estou convicto que a grande maioria desses teimosos, eu incluído, também já faz a tal leitura na diagonal, que o tempo é cada vez mais curto e o que era, já foi.

Será bom? Será mau? Não vale a pena perder muito tempo com a dúvida nem julgar que eu estou certo (no meu tempo é que era bom) e todos os outros, principalmente esses novatos que não percebem nada da vida, estão errados. O desfile militar em que toda a gente segue com o passo trocado e um só - eu, claro - marcha com o passo certo, é a alegoria que clarifica a resistência à mudança e a (in)capacidade de entender que a experiência dos anos, não sendo de desprezar, não actualiza nem desenvolve, e contribui pouco ou nada para que o amanhã seja diferente.

E se chove? ... ouve-se o Kissinger que, do alto dos seus 99 anos, tem a solução mágica para a guerra da Ucrânia.

Sem comentários: