sexta-feira, 13 de maio de 2022

Ondas

A Foz é sempre uma caixinha de surpresas e, talvez por isso, ou se adora ou se odeia. O céu, por aqui, estava bem azul, o vento tinha falta de comparência, indiciando a possibilidade de uma bela manhã de praia, com a maré vazia a abrir caminho a uma ida até às rochas. Estas eram as premissas, pressionadas ou alimentadas pela vontade de abrir a época, que Junho já está quase à porta.

- Está muito carregado lá ao fundo. Deve estar nevoeiro.

Sem tirar nem pôr. A chegada ao alto mostrou um nevoeiro cerrado, que não deixava ver o mar. Lá em baixo, a situação era convidativa a voltar para casa: tudo escuro, uma brisa salpicada, desagradável, fria, até.

- Na Lagoa parece já estar aberto.

Distarão quinhentos metros, pouco mais, do mar até ao cais da Lagoa. A diferença entre um local e o outro era abissal. As chaves do céu agem muito mais depressa na Lagoa do que no mar. Preferências que não se entendem. Esquisitices. Mas, por lá, havia sol quente, céu azul, ausência de vento, muita gente a apanhar berbigão, alguma outra a trabalhar o bronze, o parque das autocaravanas cheio de turistas, nacionais e estrangeiros, alguns operários a proceder a reparações pontuais, a senhora dos petiscos já deveria estar a aprontá-los, tal era o cheirinho que vinha da cozinha.

É sempre agradável ir até à Lagoa. A paisagem é linda, o espelho de água, inigualável. Faltam as ondas ...

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