quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Lembranças

O barco chegou, trazido pela mão amiga do L., fazendo jus à lembrança da água que cimenta uma amizade antiga, enriquecida anualmente nas areias da Foz do Arelho e nas águas daquele mar único, com ou sem nevoeiro.

O barquinho, de plástico, não trazia o almoço dentro nem isso seria expectável, tal como não o era a sua aparição como prenda. Lembranças do L.... Era pequeno demais para nele caber a comida que se seguiu e figuradamente enorme para se correr o risco de uma utilização ousada lhe provocar deterioração.

A refeição foi óptima e animada com o humor surgido da boca de cada um, carregado com as diferenças e subtilezas que evidenciam personalidades bem distintas. 

A chuva fez parte do "conclave" e carregou sem dó, sempre que lhe foi dada oportunidade. Talvez estivesse zangada e invejosa por não ter entrada nem participação no convívio. Não pôde saborear umas "peças" que, cheias de queixas do tratamento na cozinha, rapidamente se voltaram para o passado e se tornaram queixadas apetitosas, acompanhadas de batatas fritas na hora e de um arroz bem saboroso.

Para tudo acabar em grande, o M. tinha, lá por casa, uma medronheira cheia de frio, que ajudou a digestão e aqueceu a alma, sem proporcionar a S. Pedro a continuação do massacre a que tinha sujeitado todos durante o trajecto exterior.

A aventura ficou completa com umas taliscas de toucinho à moda antiga, que o palato adora e o estômago fará um esforço por ignorar.

Novembro está no fim e aqui chega da melhor maneira. Daqui a pouco estamos no Natal ...

1 comentário:

Anónimo disse...

Eça não fazia melhor….