terça-feira, 1 de novembro de 2022

Santos

Dia de Todos os Santos, sejam eles devotos ou incréus, Manéis ou Joões, Chicos ou Zéquinhas. São todos, eu incluído, o que não abona nada a comemoração nem a torna mais importante, antes pelo contrário, como diriam alguns opinadores se, sobre o tema, fossem questionados.

Portugal é um país de Santos, ambição de muitos mas de cuja concretização poucos se podem gabar. Na Europa, devemos ser únicos ou muito perto disso; na Ásia, talvez restem ainda alguns lá por Macau e Timor; em África existirá uma percentagem tão ínfima que tenderá para zero; na Oceânia, se houver meia dúzia, já é um pau e, na América, aparecerão uns quantos que não conseguirão esconder as marcas infligidas pelos portugas que por lá passaram e deixaram semente.

As razões aduzidas mais do que justificam a ausência ao trabalho que a comemoração proporciona. Dificilmente se encontrarão outras coisas, ou temas, ou actividades, onde sejamos tão significativamente importantes e quase únicos.

Há Santos da porta para dentro, da porta para fora, longe, perto, ali, acolá, no Minho e no Algarve, nas Berlengas e nas Beiras, em Trás-os-Montes ou no Ribatejo, na minha rua e, quase certo, na viela mais estreita de Alfama, talvez até nos Farilhões. 

Para cúmulo, ainda há, por todo o lado, os Santos da casa, os quais, por mais que tentem, não fazem, nunca fizeram e não vão fazer, quaisquer milagres.

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