sábado, 7 de janeiro de 2023

Palha

Depois de uma semana de sol radioso, apenas toldado pela escuridão de alguns figurões e figuronas (acertemos o passo com a moda) que, a qualquer preço, tentam gravar o seu nome nos anais da governação e nos respectivos currículos, volta a chuva. E com violência. Provoca algumas inundações e a  molha, impiedosa, dos jornalistas televisivos que têm o azar ou são obrigados a estar de serviço à reportagem do momento, ouvindo o balanço do primeiro transeunte que apareça disponível para as câmaras.

Bem melhor deve ser correr atrás de ministros e ministras (acertemos o passo com a moda), de microfone em punho e perguntas, repetidas mil vezes, na ponta da língua.

- Não sabia?

- Já disse tudo o que tinha a dizer no local próprio. Agora vou trabalhar ...

- Mas ... acha que tem condições?

- Já disse tudo ... 

- E não se demite?

Peripécias que se têm repetido nos últimos dias, por haver gente sem escrúpulos e que não se enxerga. A obtenção da primeira página, da abertura do telejornal, do cargo no currículo, da importância na ribalta, do acesso às portas que o poder abre (?).

Quase meio século passado, parece haver quem queira chamar o antigo, dar oportunidade de uns garganeiros gritarem e gesticularem, trazer excepções como retratos de regra. O exercício de qualquer cargo, público ou privado, deve acontecer com rigor, dedicação e empenho, tendo presente que poder não é colar cartazes em qualquer parede mas antes tomar decisões que, desagradando a alguns, tenham o bem de todos por objectivo.

Quem tem rabos de palha deve ficar instalado no palheiro onde os criou e esperar que o tempo passe...

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande verdade….”quem tem rabos de palha fica no palheiro”