quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Polémicas

A pandemia criou o hábito de postar diariamente qualquer coisa no blogue. Um simples texto, uma fotografia, alguma música, a poesia e a prosa de consagrados ou de menos conhecidos, uma simples opinião, uma estória, um facto, uma diversão.

O hábito não faz o monge mas ajuda a criar vícios e aquilo que, tudo o indicava, seria uma diversão passageira para iludir o tempo de "clausura", passou a quase obrigação quotidiana. Não devia acontecer, ainda por cima a alguém que já deixou, há quase meia dúzia de anos, os deveres que a vida lhe impingiu ou ofereceu. 

É mau! Ou melhor, é péssimo! Não pela falta de assunto - há sempre - (dos arroz de tordos de ontem à chuva que está a cair neste momento), mas porque escrever o que quer que seja é uma manifestação de ideias, opiniões, sensações, inclinações, que ficam registadas e por aqui permanecerão para sempre, vinculando o seu autor e pondo a nu as suas (in)capacidades. Tudo isto agravado por a opinião de hoje poder ser totalmente oposta à que foi emitida ontem ou há dez anos. Só não mudam de opinião os burros...

E corre-se o risco de aquilo que hoje é uma verdade insofismável, amanhã passar a uma mentira clarinha e sem fundamento. São consequências inevitáveis da sociedade vertiginosa em que nos tornámos, da vivência carregada de opinadores sem escrúpulos nem competência, de toda a gente, eu incluído, se sentir capaz de analisar, comentar e difundir tudo e mais um par de botas.

Nos últimos tempos, os esquecimentos, os desconhecimentos, os "sabia mas não pensei", "conhecia mas não me pareceu relevante", têm sido muitos e, alguns deles, de pôr os cabelos em pé.

Está em marcha mais uma polémica: o custo do altar que irá ser utilizado pelo Papa, nas Jornadas Mundiais da Juventude, que irão ter lugar na zona do Rio Trancão, em 2023. Há quem saiba, há quem diga que disse e quem negue ter ouvido, há quem considere exagerado e quem entenda o contrário, há quem afirme que o Papa Francisco vai ficar atrapalhado quando acessar àquele luxo, há quem contraponha que a ocasião, única, justifica tudo. Para calar todas as vozes, o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, apareceu a defender, peremptoriamente, que não se trata de despesa mas sim de um investimento. Altamente rentável, afirmou. No presente, pela imagem que catapulta por todo o mundo; no futuro, pela utilização imensa que lhe vai ser dada.

A ver vamos ...

2 comentários:

Anónimo disse...

As JMJ são em agosto de 2023 no aterro do trancão. Faltam200 dias

Casa da Ginja disse...

Muito obrigado pela correcção. Ainda bem que há sempre alguém atento