A temperatura do ar confirmava as previsões do IPMA e não estaria para lá dos cinco graus quando a caminhada se iniciou. O mar tranquilo, o céu azul, o vento ausente, o sol a cumprir as suas obrigações, a conversa a fluir, as mãos nos bolsos (o que é raro, para quem fala sempre com elas), e, num ápice, o frio deixou de estar presente. A meio, já apetecia tirar o casaco, ainda que o andar fosse tranquilo, sem excessos ou correrias.
- O médico disse-me que, na nossa idade, o importante é andar, não é correr. Olha o C.: corridinhas, corridinhas e agora está com um problema nos joelhos que nem andar consegue.
O fecho estava entalado na ourela do casaco e nem para baixo nem para cima.
- É o costume. Nunca tens cuidado. Agora aguenta ...
O que não tem remédio, remediado está. Mais casaco, menos casaco, o passeio matinal prosseguiu e foi concluído sem suadelas escusadas e com muita conversa, de ontem, de hoje e até do amanhã.
- Vai ser muito complicado, não achas?
Voltando ao casaco, se fosse a menos, talvez houvesse complicação ou necessidade de alargar mais o passo. Muitos também não os têm e andam todos os dias, por obrigação e não por desporto e prazer.
A manhã aproxima-se do fim e o almoço do início. Há muita gente caminhando junto à Lagoa, bicicletas, atletas correndo. Surgem dificuldades no trânsito. A via pedonal torna-se estreita, uns encolhem-se, outros passam para a estrada, sem qualquer perigo que os carros são poucos e vêm devagar, alguns fazem "sala" para pôr a conversa em dia. Tudo se compõe. É bom caminhar na Foz em qualquer altura e, em manhãs destas, fantástico.
- Agora é chegada a altura de meditar nos objectivos da próxima semana, de modo a não comprometer os resultados fixados e o prémio prometido. Qualquer falhanço põe o "cacau" a voar ...
- Estás a delirar ... Isso era dantes. Agora, és técnico superior de lazer, sem objectivos que valham prémios pequeninos e muito menos chorudos.
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