domingo, 22 de agosto de 2021

Repetição

O esplêndido dia de praia de ontem terminou com uma combinação de grupo, para executar na manhã de hoje.

- O primeiro banho de amanhã vai ser nas rochas. É maré vazia por volta das nove e meia e vai dar.

Cada um foi à sua vida, ainda a digerir a beleza do mar, a doçura das ondas, a ausência do vento, o calor abençoado do sol. Ninguém se lembrou de ligar ao S. Pedro, participando-lhe a decisão, obtendo a sua anuência e a necessária e fundamental colaboração. Resultado desta má programação: não houve passeio na praia, muito menos banho (o mar não se via) e nem sequer a areia foi pisada.

O Sol não apareceu, o vento regressou, o nevoeiro "poisou" e tapou o mar, houve pinguinhos para molhar o cabelo. Como sempre na Foz, não há planos que resistam vinte e quatro horas. Dois dias seguidos bons é quase tão raro como ganhar o Euromilhões.

Mas não se perdeu tudo. Abrigados da nortada pela parede da antiga discoteca, que foi depois restaurante e agora só tem no interior as mesas e as cadeiras, permanecendo fechada há anos, discorreu-se sobre o antigamente, as figuras e os figurões da cidade, o como e o porquê de quando éramos novos, com apelos à memória a cada momento.

- Lembras-te? Como é que ele se chamava? Era jeitoso ...

A conclusão, brilhante, foi de que tudo desse tempo teve muita piada e agora já não há nada disso!

Porque será que os velhos não conseguem manter uma conversa que não descambe, inevitavelmente, no "nosso tempo"? 

Valeram as anedotas, algumas bem picantes, sempre antecedidas das desculpas devidas às senhoras presentes, porque nenhum dos participantes é malcriado e há "estórias" que têm mesmo de ser contadas com pormenor ... 

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