segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Setembro e as obras

As obras que, há meses, acontecem nesta zona, quase fizeram desaparecer o sossego. O trânsito tornou-se complicado, com alterações de sentidos, umas sinalizadas, outras por livre arbítrio, e a rua passou a ser utilizada como estacionamento por residentes noutros locais.

Como era previsível, os trabalhos estão a chegar ao fim e tudo indica que deverão ser dados como concluídos aí por meados de Setembro (porque será). Deverão ter a inauguração com a pompa que merecem e relatos, vibrantes, na comunicação social do burgo.

Ontem, o acesso ao portão da Casa não foi fácil. Um carro desconhecido, atravessado, ocupava metade da rua, apenas possibilitando a entrada por o veículo utilizado ser o "micro-ondas". Se fosse o outro, teria ficado na rua, ou melhor, noutra rua, que nesta não havia qualquer espaço.

Meia dúzia de imprecações contra o desconhecido que não tinha consciência nem respeito pelos outros e, decisão tomada, um papel com a mensagem reclamativa, a dar conta dos inconvenientes causados,  pendurada na escova do limpa-brisas.

Hoje, bem cedo, a rega do jardim, que o Oeste tem tido um tempo que quase parece algarvio. De repente, a voz, desconhecida, fez-se ouvir da janela do primeiro andar fronteiro:

- Desculpe. O carro é meu, mas só o deixei assim porque avariou. Não trabalha. O senhor do reboque prometeu vir retirá-lo hoje, de manhã. Estou à espera. Deve estar a chegar.

Coitada. Veio de visita à amiga, o carro avariou e ainda teve de pedir desculpa a um "maduro" que lhe escreveu uma missiva não muito agradável. Há horas de sorte ...

No regresso da praia, o acesso estava desimpedido e o carro tinha ido embora.

Venha Setembro, depressa! 

1 comentário:

trave disse...

"Agosto tem a culpa e Setembro leva a fruta."
"Setembro cara de poucos amigos, cara de figos."