Afigura-se necessário substituir a lâmina do X-acto. A instalada está tão curta que obriga a algum esforço para cortar uma folha de papel só com a pontinha que resta. Nem só de pontinha vive o homem e, por isso, abriu-se a gaveta da secretária na procura de uma lâmina que voltasse a colocar o instrumento como novo. A caixinha amarela que por ali se achava meio esquecida seguramente há alguns anos, foi encontrada. Só uma? Estranho, mas parecia ser verdade. É possível. Não há já lembrança de quando foi a compra.
A tarefa de substituir nem sequer é difícil: retirou-se o encaixe, o que restava da lâmina saiu e foi para o lixo amarelo, que cá em casa recicla-se, a nova foi colocada no sítio mas ... não chegava ao fim, por mais força que fosse feita.
- Querem ver que ficou algum bocadinho da lâmina velha a impedir a passagem na abertura?
A averiguação efectuada confirma que não há qualquer impedimento a que a lâmina por ali passe. Será mais grossa? Não parece. Mira-se e remira-se a lâmina, tenta-se perceber se haverá algum engulho no instrumento, dada a sua provecta idade. Nada. Introdutor e receptor parecem disponíveis para a função comum, mas não conseguem a consumação do acto desejado: a lâmina introduzir-se no espaço a ela destinado, que se encontra bem aberto na barriguinha do X-acto.
De repente, milagre: há uma pequena fissura e, afinal, a lâmina nova são duas, tão coladinhas uma à outra que só uma observação muito minuciosa permitiu perceber.
- Se a ranhura é apenas uma, como querias tu que entrassem duas?
Separação feita, acto concretizado sem mais problemas. O X-acto está a funcionar em pleno e disponível para, seguramente, trabalhar mais uns anos. Quantos, pouco interessa. O que não há dúvida é de que o material tem sempre razão!
1 comentário:
Como outrora,os bois do Jeirinhas também tinham razão. 🤣 Recordo-me bem.
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