quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Indultos

"Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe"

O "Zé" sabe bem que o estabelecido na sapiência dos adágios corresponde, quase sempre, ao que a vida nos proporciona durante a passagem, efémera, que por ela realizamos.

Por muito boa que seja a coisa, não é provável que se mantenha igual para todo o sempre, sofrendo altos e baixos como as ondas do mar. Também, normalmente, o mal tem um fim, demorando mais ou menos, consoante a sorte de cada um.

Exemplo disso é o caso de João Rendeiro, coitado. Teve de fugir do país, está algures em parte incerta exercendo a sua função de consultor para sobreviver, usufruindo de praia, com água quentinha quase de certeza, que o homem já não tem idade para se banhar em águas parecidas com as do nosso Oeste. O ditado cumpre-se: a vida era óptima mas, por culpa de alguém que não o próprio, houve problemas e a justiça desatou a persegui-lo impiedosamente, embora nunca o tivesse conseguido "enjaular". Apesar dos recursos confeccionados por ilustres causídicos, o homem, de acordo com o que explicou em entrevista na inauguração da CNN Portugal, foi obrigado a fugir à (in)justiça que gente sem quaisquer escrúpulos lhe destinava. E lá abalou, imagina-se com que sacrifício, na esperança de reaver o bem e esperando que o mal acabe. Pesaroso, como aparecem sempre estas vítimas, lamentou não ter consigo a companheira, que por cá ficou por amor às três cadelinhas, que não sobreviveriam sem o seu conforto.

Perante os factos, não há argumentos e surge a dúvida: a companhia aérea impediu a viagem das 3 cadelinhas por falta de passaporte ou, no país de destino, só admitem cadelas?

Não há mal que nunca acabe ... e o indulto pode ser a solução. O PR referiu que, neste ano, o prazo para apresentar o pedido tinha terminado em Julho. Mas todos os anos há indultos. Pode muito bem acontecer em 2022 e o melhor é apresentar já o pedido, não esquecendo de invocar o bem-estar das cadelinhas, argumento na certa fundamental para uma decisão favorável.

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