sábado, 27 de novembro de 2021

Ómicron

(Décima quinta letra do alfabeto grego, utilizada para designar a nova variante do vírus)

Podiam ser diamantes ou exemplos da vida de Nelson Mandela. Podiam ser laranjas ou uvas, frutas que também por lá há, de alta qualidade. Mas não é nada disso. Parece que já se encontra entre nós uma nova variante do vírus que há dois anos nos acompanha e atormenta, e que terá vindo da África do Sul sem ter a devida autorização, sem ter sido convidada, sem visto nem passaporte e sem necessidade de atravessar o Mediterrâneo num qualquer bote de borracha para cá chegar.

Os cientistas ainda não têm posição definitiva sobre a perigosidade desta variante mas, pelo pânico plasmado (não fui eu que escrevi este "palavrão") na comunicação social, tudo indica que se aproximam, de novo, dias difíceis. 

Discute-se, agora, a vacinação das crianças e continua a assobiar-se para o lado em relação à caterva de negacionistas que, sempre de acordo com as notícias, parece ser a que ocupa mais camas nas enfermarias e nos cuidados intensivos.

Não tenho nada contra a liberdade de cada um, antes pelo contrário. Acho, até, que todos devemos poder fazer o que nos dá na real gana, sem dar satisfações a ninguém e muito menos às autoridades ... desde que não colidamos com o outro. E surge a pergunta: como se sentirá alguém a quem a sociedade facultou os meios necessários à sobrevivência depois de, ela mesmo, se ter recusado submeter-se à vacinação preconizada para o bem de todos?

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