domingo, 10 de julho de 2022

Clima

Contado ninguém acredita ... após três dias de calor intenso e mar encapelado, a Foz apresentou-se hoje de "capacete", ventinho norte e mar chão. No seu melhor, só surpreendendo quem a não conhece.

Pelo resto do país continua o calor abrasador, com o fogo a destruir a floresta e a ameaçar habitações, como sempre. As reportagens surgem fortes, com números de viaturas e de operacionais a ilustrarem a gravidade da situação e a demonstrar quão insuficientes se mantêm os meios postos à disposição dos actores nos teatros de operações, sempre colocados em prontidão atempada e chegando aos locais de forma atrasada. Abrem-se telejornais, com conferências de imprensa constantes, culpando a negligência de todos e de cada um, ilustradas em meio écran por populações em pânico agarradas a manguerinhas de jardim. São constantes os lamentos da impossibilidade de combate por dificuldades de acesso e  ausência de meios aéreos. "Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes".

No final do Verão terão ardido mais uns milhares largos de hectares de floresta, nomeadamente de eucaliptal, far-se-á um balanço onde serão registadas algumas melhorias em relação ao ano transacto, ilustradas por percentagens elucidativas do progresso conseguido e pela necessidade, imperiosa, de reforçar os meios de combate disponíveis e a coordenação efectiva de todas as forças, para que a situação não se repita. Será equacionada, uma vez mais, a reflorestação com espécies autóctones e a criação de estradões que facilitem o acesso e o combate. Também se dará ênfase à vigilância, fundamental para que os meios em prontidão cheguem rapidamente aos locais onde são necessários.

A preocupação com o calor e as suas consequências é notória e, por isso, o Primeiro-Ministro cancelou a viagem prevista a Moçambique. Ficou claro que a sua presença no nosso país é não só fundamental com essencial para que não haja descoordenação na "guerra" e muito menos no Governo.

Atento, como sempre, o Presidente da República seguiu-lhe as pisadas e já não vai aos Estados Unidos. Não porque não tivesse lá almoço, mas apenas por ser imprescindível na "guerra" dos fogos que está em marcha, e que, infelizmente, parece, tal como a outra, não ter fim à vista. A presença do PR é essencial para dar as notícias, estabelecer a táctica e garantir resultados.

Não será por falta de atenção de quem governa que o país arderá.

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