Sempre que a coisa não corria bem, que o dia era uma estafa ou não havia resultados palpáveis nas tarefas desenvolvidas, surgia a frase lapidar:
- Bolas! Há dias em que um homem, à tarde, não pode sair à noite!
O significado era nulo, o conteúdo inexistente, a explicação impossível. Mas ele continuava a repeti-lo, "ontem, hoje e amanhã", como o Cid na canção. E, se era questionado sobre o que pretendia significar com o dito, enxofrava-se e respondia com brusquidão e voz bem alta:
- Não percebeste? És burro!
Acabava por ali. Mais ninguém se atrevia a colocar dúvidas ou fazer perguntas, apesar de não entender nada nem ver razões para tal destemperança.
Com esta conversa toda, esqueci-me do que tinha programado escrever hoje e, claro, também não vale a pena continuar nem tentar adivinhar a razão do porquê. Há dias em que uma pessoa, à tarde, não deve sair à noite e muito menos pretender chamar a imaginação que se ausentou para parte incerta, sem sequer deixar um contacto.
Salta outra dúvida: a imaginação ausentou-se ou nunca por aqui andou?
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