quinta-feira, 7 de julho de 2022

(Des)Acordo

Um mail de uma instituição conhecida e prestigiada na caixa do correio desperta a curiosidade e aguça a pressa de o ler. Ainda não tinha aquecido o lugar e já estava a ser dissecado, com um interesse desmesurado, a roçar a coscuvilheirice.

A informação nele contida pedia para solucionar um problema com um cartão multibanco e, embora me fossem familiares quer a terminologia quer o acontecido, nada tinha a ver comigo, já de "férias" da banca há vários anos. Na resposta, que redigi de imediato, referi o lapso que devia existir no endereço. Como era esperado, não tardaram as desculpas pelo erro que haviam cometido. Não tinha existido qualquer inconveniente nem tinha sido lesivo de ninguém, muito menos violado o sigilo bancário ou qualquer outro. Apenas tinha havido perda de tempo por parte de quem se enganou e o meu divertimento por verificar que ainda há, pelo menos, um homónimo a exercer funções nessa área de eleição que é a banca.

O curioso é que a resposta estava redigida conforme as regras desse contrato magnífico que é o Acordo Ortográfico, e rezava assim:

"... de fato este mail não era para o senhor."

A minha dificuldade com as novas regras é evidente e a minha teimosia ajuda imenso. De facto, os fatos, completos, permanecem no guarda-fatos mas, de facto, não são utilizados há largo tempo, por opção (será oção) e por a adaptação (será adatação) desses fatos ao facto de estar de férias permanentes não ser fácil. Ainda por cima, com este calorzinho, não seria de facto normal aparecer na praia de fato vestido, sujeito a ser apelidado de tonto mesmo não havendo qualquer facto que o comprove. 

Conclusão: de facto não há razão nenhuma para usar os fatos que estão guardados nem de facto se justifica que eu altere a minha teimosa obstinação de escrever à moda antiga. É factual! 

1 comentário:

Anónimo disse...

Cuidado com os emails fraudulentos, que parece serem reais.