quinta-feira, 21 de julho de 2022

Quadros

As paredes do escritório transmitem o regresso diário à natureza, aquela que fez parte da infância e que, agora, é praticamente inexistente. Nessa altura, as aves faziam parte do dia a dia e davam-se a conhecer, à distância e escondidas, apenas pelo silvo ou pelo chilreio. Agora é raro sermos surpreendidos pelo pio de um mocho e as cegonhas não gostam do nevoeiro oestino. As poupas, os pintassilgos, os piscos e as perdizes são raros mas, felizmente, parecem estar a voltar ao campo, em número muito reduzido, claro. 

A autora tem mais um quadro na "forja", que irá completar a colecção. Já não há espaço na parede que serve de galeria e, ao mesmo tempo, de museu que tenta manter viva a memória, difícil de refrescar ao natural.




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