Uma manhã de sonho, admitindo-se como verdade que se pode sonhar com o passado, estando bem acordado e com uma realidade visível e sentida.
Já se sabia (o saber da experiência feito) que a semana de mar calmo, céu azul e vento ausente servia apenas de engodo, e que viriam dias, muitos, para se sonhar, e recordar, essa dádiva tão fugaz.
Ontem o vento não deu sossego, o mar só deixou entrar na "aberta", mas o sol ainda nos veio visitar. Hoje até o astro-rei faltou. Céu cinzento, mar revolto, nem a camisola saiu do tronco. O "tapume" ainda foi colocado, a bola de Berlim comprada, umas dúzias de páginas lidas.
- Pode ser que abra ...
Um outro teimoso aproveitou para falar sobre a sua desdita, demonstrando que o trabalho pode, se não nos acautelamos, ser um modo quase de morte e não um modo de vida.
- É preciso ter calma. Tudo se vai resolver ...
A palmadinha nas costas que soluciona todos os problemas, quando estes acontecem aos outros ...
- E, com isto tudo, já é meio dia e vinte e do sol, nem sombra!
Teimosos, amanhã voltarão. Há sempre a esperança de que o calor que grassa no país experimente vir até à Foz e dê tréguas aos fogos que o fustigam de lés a lés.
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