terça-feira, 30 de agosto de 2022

Saúde

Fazer frente aos interesses corporativos instalados acaba sempre da mesma maneira. Via-se, e sabia-se, que era uma questão de tempo.

Marta Temido demitiu-se esta madrugada da função de Ministra da Saúde, tomando a decisão há muito reclamada por opinion makers e por gente que trabalha tanto, mas tanto, e ainda consegue comentar tudo e um par de botas a qualquer momento, fazendo parecer que esse "trabalho" lhe ocupou muito do seu sagrado tempo e lhe vai custar recuperar a perda. É claro que esse sacrifício é pela boa causa de esclarecer o "Zé" que, coitado, continua a precisar de quem o eduque, mastigando-lhe a comida para lhe evitar o trabalho de pensar, acessível apenas a uma meia dúzia de dotados.

Há já muita gente à espera, todos extremamente capazes de fazer bem melhor e mais rápido. António Costa não terá qualquer dificuldade em preencher o lugar e não será contestado, se estiver disponível para escolher alguém que marche ao som da banda e faça a vontade a quem disto sabe a potes e a quem coça sempre para dentro.

Da ex-Ministra da Saúde ficará, para alguns onde me incluo, a recordação da coragem, da dedicação e do empenho, postos na função e na resolução dos problemas gravíssimos que a saúde atravessava e a pandemia agravou. A mulher que mostrou ser forte, mesmo quando as lágrimas caíram.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há falta de médicos? Nos anos 80 os "Barões" travaram a possibilidade de haver mais lugares para a entrada em Medicina. É bom não esquecer.