segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Macacadas

Cada macaco no seu galho, diz-se quando há atropelos de quem não sabe de determinada poda e palpita sobre a forma como o podador deve cortar os ramos. Não faço ideia se, nos outros países haverá ditados que reflictam o mesmo e se também existem "capelinhas" inacessíveis e determinações fortes sobre quem faz o quê, mesmo quando há outros bem mais habilitados. Por cá, concluo, as fronteiras de cada grupinho são intransponíveis e nem com passaporte se podem passar.

Lembrei-me hoje de um episódio de Dezembro de 2020, por alturas da chegada das vacinas para o coronavírus e que, por aqui, foi comentado de forma sarcástica. Via eu com alguma atenção a última etapa da Volta a Portugal em Bicicleta e eis que surge uma situação em tudo semelhante ao que se tinha passado em 2020 e que, julgava eu na minha inocência, deveria ter sido resolvida com a saída do grande Cabrita.

A segurança e a escolta da Volta foi feita pela GNR, como acontece há muitos, muitos anos, desde que esta força substitui a PVT de má memória. Admitia eu que esse serviço era prestado da primeira à última etapa. Afinal não foi assim. Na última etapa, um contra-relógio disputado entre o Porto e Vila Nova de Gaia, as tarefas passaram para a PSP por ser esta a entidade com "direitos" no espaço urbano, embora sem experiência no assunto, como ficou demostrado. 

A inexperiência, a surpresa ou o deslumbramento com a função, cada uma por si ou todas juntas, fizeram com que a moto de um agente estorvasse a prova de um dos corredores, numa etapa que era decisiva e na qual cada um estava apenas entregue a si próprio. Não teve interferência na classificação final, mas podia ter ...

E a pergunta que salta de imediato, na cabeça de quem nada sabe da poda e não é macaco de galho nenhum é:

- Porque carga de água foi a PSP chamada para uma tarefa desempenhada, e bem, pela GNR?

- Caem os parentes na lama se houver outra força a pisar os caminhos do "quintal" da PSP? 

Cada macaco no seu galho ... 

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