sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Lixos

As garrafas de cerveja, vazias, os maços de tabaco, vazios, as embalagens de iogurtes, vazias, os jornais, poucos, os excrementos dos animais, muitos, as "beatas" dos cigarros, muitas, o papel pardo que embrulhou a sandes, o saco de plástico já utilizado, a caixa de cartão onde vinha o brinquedo, a máscara utilizada, o guardanapo de papel que serviu para limpar os beiços ou qualquer outra parte, tudo isto faz parte da paisagem usufruída por quem ousa andar pela cidade sem ser de carro.

Se se perguntar a todos e a cada um, ninguém acha normal e todos referirão, até, que nunca o fazem. E o raio do lixo aparece, talvez caído do céu aos trambolhões ou deixado por algum ET distraído e com pressa de regressar ao seu planeta. Até na praia, onde toda a gente anda descalça, felizmente não por necessidade mas apenas pelo prazer de pisar a areia e sentir a água, o lixo está sempre presente. A garrafa enorme, que o pescador levou para lhe fazer companhia e que dela se "esqueceu", a caixa dos anzóis que já não os tem e, por isso, se deita fora, o saco que levou a marmita e algum resto dela, se o mar o não levou. Tudo se encontra, sem sequer procurar muito.

Continua a não existir respeito pelos outros e pelo espaço que é de todos. A carapuça é para quem a enfia, mas talvez se justifique espalhar cartazes à laia de sinais de trânsito, bem visíveis, com a mensagem:

Eduque-se. Não seja PORCO. Leve o lixo consigo e coloque-o no caixote.

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