O RECREIO
Na minh'Alma há um balouçoQue está sempre a balouçar -Balouço à beira dum poço,Bem difícil de montar ...- E um menino de bibeSobre ele sempre a brincar ...Se a corda se parte um dia,(E já vai estando esgarçada),Era uma vez a folia:Morre a criança afogada ...- Cá por mim não mudo a cordaSeria grande estopada ...Se o indez morre, deixá-lo ...Mais vale morrer de bibeQue de casaca ... Deixá-loBalouçar-se enquanto vive ...- Mudar a corda era fácil ...Tal ideia nunca tive ...Paris - outubro 1915
Poesia completa
Mário de Sá-Carneiro
Tinta da China (MMXVII)
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