domingo, 30 de outubro de 2022

Ser e estar

Excerto de uma entrevista a Carlos Tê, publicada no Notícias Magazine de hoje:

"(...) Pergunta - Como se define hoje?

Resposta - Aos 67 anos, das coisas que mais temo é a misantropia. Vir a ser um velho rezingão. É das poucas coisas que peço para não ser. Não que queira ser um velhinho muito alegre. Não é isso. Mas gostava muito de manter o equilíbrio que tenho desde os meus 15, 20 anos. É esse o meu longe (...)"


Dei por mim a concordar com o autor de Chico Fininho e de Porto Sentido, entre muitas outras coisas que escreveu e das quais gosto bastante. Arquibaldo é um livro da sua autoria, "hospedado" cá em casa há pouco tempo, e que aguarda, calmamente, a sua vez de ser lido. Não teço, por enquanto, quaisquer comentários, mas estou convicto de que não me irá desiludir.

Voltando à entrevista, da qual transparecem ideias bem arrumadas e resolvidas, alertou-me para a ousadia de tentar sempre manter o contacto com as pessoas, os problemas, a cidadania, sem medo de ser chato, ultrapassado ou convencido, e muito menos deixar de ser aquilo que sempre fui, mesmo que a irreverência esteja fora de moda.

Afinal de contas, por muito burro que seja, quem já viveu mais de setenta anos, passou por tanto, viu tanta coisa, conheceu muitos "filhos da mãe" e muita gente de bem, não tem que fazer actos de contrição ou quedar-se a um canto à espera que chova.

" É esse o meu longe ", sem qualquer dúvida. Assim o consiga apanhar!

Sem comentários: