Se Jorge de Sena (1919-1978) ainda por cá andasse, não perderia a oportunidade para fazer poemas direccionados a algumas pessoas que, gaguejando, tentam mascarar e justificar o que se vai descobrindo, quando lhes cabe "apenas" a obrigação de fomentar o escrutínio dos factos e a sua punição.
De púrpura andas vestidoQue Roma te concedeupara que humilde defendaso direito dos humildesem Terras de Portugal.Ai cardeal, cardeal!Mas a mitra que te cobrenão te dói como os espinhosna cabeça do teu Mestre.Doem-te os cornos dos ricosdas terras de Portugal.Ai cardeal, cardeal
9 de Dezembro de 1956
Dedicácias
Jorge de Sena
Três Sinais Editores (1999)
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