GUERRA
Quando Francisco Charruachegou ao largo gritando:- Eh! gente, estalou a guerra!Zé Gaio de alvoroçadopôs-se a bater o fandango.Os outros só pelos olhosfalavam surpresa, esperança:- Será agora? Talvez ...!Mas Zé Gaio tinha a certeza:estava a bater o fandango!...Já lá vão dois anos passados.Agora a telefoniada venda, à esquina do largo,informa todas as noites:"Uma esquadrilha inimigabombardeou a cidade:morreram trinta mulherese vinte e sete crianças."Agora a telefoniainforma todas as noites,dias, meses, anos ... noites:"Morreram trinta mulherese vinte e sete crianças."... E lá num canto do largocoberto de noite e raiva,Zé Gaio abriu a navalha.Zé Gaio espetou a navalhano grosso tronco da faia.Lá num canto do largo.A faia toda dobrada- será do peso da noiteou do vento da desgraçaque sai da telefonia?Poemas CompletosManuel da FonsecaForja (1978)
Casa situada na cidade das Caldas da Rainha, "nascida" em 1976, numa rua sossegada, estreita e, desde Abril de 2009, com sentido único. Produção: dois frutos de alta qualidade que já vão garantindo o futuro da espécie com quatro novos, deliciosos. O blog é, tem sido ou pretendido ser uma catarse, o diário de adolescente que nunca escrevi, um repositório de estórias, uma visão do quotidiano, uma gaveta da memória.
sábado, 8 de janeiro de 2022
Palavras bonitas
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