quarta-feira, 1 de junho de 2022

Penitência

Começa Junho e S. Pedro presenteia-nos com uns aguaceiros, para que tenhamos consciência de que é ele quem determina e o faz a seu belo prazer, sem ouvir ou prestar contas a ninguém, nem mesmo a Belém.

Podia, ao menos, ter tido a consciência de não fazer isto no Dia Mundial da Criança. Aos petizes, coitaditos, devem ter restado as brincadeiras nas salas, leituras, jogos, histórias e desenhos, sem os saltos e as corridas que lhes são quase tão preciosas quanto "o pão para a boca" e tornando o dia tão normal como todos os outros.

Esta predisposição oestina para contrariar e ser sempre diferente devia ser objecto de estudo e análise detalhada, por parte de quem sabe, fosse de um Cavaco ou do Juiz que não conseguiu a cadeira do Constitucional. Ambos têm tempo e saber para se dedicarem a este tema e, de certeza certa, trariam resultados palpáveis aos olhos de todos. Veríamos tudo esclarecido de vez.

Porém, o sofrimento continua a arrastar-se e ninguém explica. Passamos o ano a sonhar com o Verão, que há-de trazer céu azul, temperatura amena, ausência de vento, mar chão. Chega Junho e acontece tudo ao contrário. Por mais efeitos de que a pandemia e a guerra sejam responsáveis, não parece justo que, por aqui, continuemos a ser húmidos, salvo seja, a pôr o casaquinho à noite, a esperar, sentados, que o vento sossegue. 

A minha análise, empírica, claro, diz-me que isto só pode ser castigo divino por pecados cometidos antanho.

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