segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Anseios

A pandemia, finalmente, parece ter cumprido a determinação do Presidente da República, transformando-se em endemia, embora com um atraso que devia ser punido. Mas deixemos isso para a justiça, que se encarregará de, em tempo útil, como é costume, determinar a pena que lhe deve ser aplicada ou a absolvição que lhe for devida.

Deixou por cá estragos bastantes para ser recordada como um período bem difícil para todos, velhos e novos, estragos esses que se manterão bem vivos na memória. Foram dois anos de confrontação diária com uma realidade que era desconhecida de toda a gente, que obrigou a alterar procedimentos, contactos, vivências, formas de trabalhar, ritmos. Muitos são os que já cá não estão para recordar o sofrimento e inúmeros aqueles a quem foram deixadas marcas físicas e psicológicas que tardarão a desaparecer.

Confirmando-se, como se espera, estas boas notícias, deseja-se que o conflito latente, que parece iminente e é notícia premente, não se concretize. Que a Rússia não invada a Ucrânia, que a Nato deite água e não gasolina, que os diplomatas façam (bem) o seu trabalho, que as fábricas de material de guerra se reconvertam ou diminuam a produção, que haja juízo nas cabeças de quem detém o poder. 

Sabendo de antemão que o lirismo não resolve nada, era bom que quem detém o poder se lembrasse que apenas o exerce, ou devia exercer, em nome e para o bem de todos.

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