A política e o futebol têm muita coisa em comum ou, como dizia o outro, às vezes até parecem farinha do mesmo saco.
Os resultados obtidos quer num quer noutra são tão escrupulosamente escalpelizados, analisados e comentados que chega a parecer que habitam um mundo do Além, só acessível a uns poucos iluminados, donos de toda a sapiência, que nunca é partilhada, muito menos ensinada a todos aqueles a quem se convencionou chamar de cidadão comum e que integram a, agora na moda, sociedade civil.
A conclusão, brilhante, é que a culpa nunca é nossa e, apesar de termos jogado mal, não merecíamos que aquilo nos sucedesse. Fizemos uma análise clara e segura da situação, estudámos tudo muito bem, planeámos ainda melhor mas ... com aquele árbitro era impossível ganhar. E tudo estava preparado com antecedência e com todo o requinte ... de malvadez. Somos umas vítimas ...
Não nos cansamos de repetir, para que todos saibam, que a culpa não foi nossa e que vamos lutar contra tudo e contra todos, que a nossa vontade é indómita e nada nem ninguém nos deterá. Os árbitros, todos eles, que se cuidem ...
Vamos levantar a cabeça!
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