Tempos houve em que as decisões sobre viagens, curtas ou longas, eram de impulso, sem qualquer ponderação, cuidados ou análise de risco, apenas porque sim ou para corresponder a qualquer desafio, mesmo sem qualquer racionalidade ou interesse.
- E se lá fôssemos?
- Já lá estamos? 'bora lá.
Depois, tal como a fruta, amadurece-se e qualquer decisão, por mais banal que possa parecer, é analisada à lupa, ponderados os prós e os contras, vislumbrados os custos, discutida com o travesseiro e, em princípio, tomada quase definitivamente.
O tempo corre. A partir de determinada altura, tal como a fruta apodrece, também a vontade e a capacidade de decidir se vai esboroando. E no cérebro só surgem dúvidas e hipóteses de não correr bem, de ser desagradável, não compensar o custo, ser o benefício duvidoso, existirem perigos latentes.
- E se chove?
- Se calhar há muito trânsito ...
- É capaz de estar muita gente e isto anda tão perigoso ...
- Não se consegue chegar antes de noite. Talvez seja melhor ficar por lá e regressar de manhã.
- Há algum hotel de jeito? Justifica-se?
- Até nem me apetece muito, mas ...
- Pensamos nisso para outra altura. Há mais marés que marinheiros ...
- Pois!
A última frase é elucidativa e vinculativa. Um dia destes pensa-se de novo. Pondera-se. Analisa-se. Discute-se. Conclui-se.
Será diferente?
1 comentário:
Uma boa Agência trata de tudo. Até lhe tira as preocupações.
E no fim irá reconhecer que valeu a pena.
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