domingo, 13 de fevereiro de 2022

(In)Decisão

Tempos houve em que as decisões sobre viagens, curtas ou longas, eram de impulso, sem qualquer ponderação, cuidados ou análise de risco, apenas porque sim ou para corresponder a qualquer desafio, mesmo sem qualquer racionalidade ou interesse.

- E se lá fôssemos?

- Já lá estamos? 'bora lá.

Depois, tal como a fruta, amadurece-se e qualquer decisão, por mais banal que possa parecer, é analisada à lupa, ponderados os prós e os contras, vislumbrados os custos, discutida com o travesseiro e, em princípio, tomada quase definitivamente.

O tempo corre. A partir de determinada altura, tal como a fruta apodrece, também a vontade e a capacidade de decidir se vai esboroando. E no cérebro só surgem dúvidas e hipóteses de não correr bem, de ser desagradável, não compensar o custo, ser o benefício duvidoso, existirem perigos latentes.

- E se chove?

- Se calhar há muito trânsito ...

- É capaz de estar muita gente e isto anda tão perigoso ...

- Não se consegue chegar antes de noite. Talvez seja melhor ficar por lá e regressar de manhã.

- Há algum hotel de jeito? Justifica-se?

- Até nem me apetece muito, mas ...

- Pensamos nisso para outra altura. Há mais marés que marinheiros ...

- Pois!

A última frase é elucidativa e vinculativa. Um dia destes pensa-se de novo. Pondera-se. Analisa-se. Discute-se. Conclui-se.

Será diferente? 

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma boa Agência trata de tudo. Até lhe tira as preocupações.
E no fim irá reconhecer que valeu a pena.