terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Verão

O ano ainda ontem começou e já estamos no segundo mês. Dantes dava-se corda aos relógios e o tempo corria, sim, mas muito mais devagar. Toda a gente se lembra o quão difícil era chegar aos dezoito anos, para se ser emancipado, que a maioridade, essa, só se atingia aos vinte e um. 

Agora, ainda nem o Inverno, real, não o do calendário, chegou e o Carnaval já se perfila a grande velocidade. Sem folias, está bem de ver. O "bicho" nem precisa de corda, tem pilhas mais do que suficientes para aguentar tudo, manter-se à tona e a distribuir infecções por todo o lado. Nem o Primeiro-Ministro escapou. É mesmo mauzinho, o raio do vírus. Nem deixou o homem celebrar a vitória, tal como impediu a Inês, líder do PAN, de saborear a derrota. Não vai ser este ano que voltam os gigantones, as matrafonas e os corsos famosos, perdendo-se, uma vez mais, a alegria e a diversão dos folgazões e as críticas que, melhor ou pior, são características nestes festejos.

Esta vertigem da vida, que nos encaminha para a meta a uma velocidade estonteante, aliada ao sol radioso que se mostra sem qualquer pudor numa época em que devia estar bem recolhido, dando lugar às nuvens negras e à chuva que bem necessária é, tem um lado positivo compensador, que não é de somenos e deve ser valorizado: o Verão está aí à beirinha e o mar abandonará a violência com que, nesta altura, bate na desgraçada da rocha, violência à qual nem o mexilhão escapa, coitado. E, quando ele chegar, o mexilhão vai deliciar-se com a sua meiguice, o caminho para a Foz passa a actividade diária e o mergulho nas ondas refresca a cabeça, mantendo-a fresquinha, como convém.

Estamos quase lá. Falta só um bocadinho de nada!

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